NUVEM LIGEIRA
Eu sou nuvem passageira
No céu infinito, infinitamente
Amplo e eterno, eternamente
Com os braços estendidos
À beira do horizonte escasso,
Testemunha dos dias vividos
E dos dias lançados ao vento.
Os meus dias estão contados
Desde a hora primeira
Até a hora derradeira,
E dessa fugacidade da vida
Eu sorvo a ilusão infinita,
Até que outra nuvem ligeira
Venha ocupar o meu espaço
E eu me dissolva no tempo,
No dia e na hora marcados.