A Luta do Sedutor

O desconforto ostensivo de falar com as mulheres

Metade delas fáceis, a outra metade apenas levemente difícil,

O vale tudo do sexo,as leis do amor são outras tantas leis,

As mulheres dando sopa para mim,como para tantos,

E eu com medo de ser grosseiro com as mulheres ,grandes amorosas

Que traem os seus amores por uma questão de princípios

Que vendem barato o corpo,a troco dum presentinho banal,

E tem mais amores no semestre do que eu a vida toda.

Eu deveria estar pondo essas mulherzinhas no chinelo

Tendo mais pretendentes do que posso dar conta,

Cantando as três ou quatro beldades por dia

Saindo toda semana com uma bela diferente

Depois de ouvir muitos nãos, mas tendo que escolher entre os sins.

Eu sou aquele que olha para as mulheres e elas olham de volta

E morre de medo de parecer ridículo ao ,lhes falar.

Enquanto isso, homens pobres saem com mulheres dadas

Sem o recurso da poesia e da beleza masculina,

Homens comuns e sem metade de meu espírito e beleza

Que dizem as mulheres banalidades vis

E se creem garanhoes por pegarem uma por mês.

Já as mulheres bonitas,desde que inteligentes,

Dão para os homens sem nenhum pudor

São usadas por seus machos sobressalentes

E continuarão dando bola para mim

Que luto contra o muro do pudor ou do pavor.

Na verdade, sou tão puto quanto esses homens todos,

Tão capaz de bossalidades quanto todos os cafajestes,

Mas sempre ouvi que um homem não é vil

Nem mesmo para comer a melhor das mocinhas,

Que um homem não se envolve com as vagabundas

Nem profana o leito da virtude,

Não sai com as magras e as gordas

E não tem cacife para as gostosas.

Que quanto mais belas as mulheres,mais difíceis de agradar,

Que elas não estão olhando para mim.

Homem belo e desejado,descri de mim e do amor,

Acreditei na palavra dos meus inimigos

Dizendo que as mulheres não são para mim.

Deixei de ousar e fazer cabriolas amorosas

De elogiar a beleza que tanto me seduz

Porque meu psicólogo me odiava

Meu pai não me dava nenhum conselho honesto

E minha mãe tinha ciúmes ate das paqueras elementares.

Passei anos ouvindo mentiras a cerca da mulher

Fui levado a abrir mão do simples dialogo com elas,

Todos a meu redor me faziam sentir um lixo.

Minha mãe contando historietas da virtude

Meu pai tão bêbado quanto uma esponja

A sociedade toda fechada para mim

E eu enclausurado no meu monastério

Viciado em punheta destrutiva

Inocente rodeado de punhais.

Hoje sei que pude namorar este tempo todo

E que continuo podendo namorar com varias

Que o amor existe e a carne é louca

E a moral não vai alem do discurso:

Quem se priva de um amor pelo certo e errado?

Quem prefere ser decente e solitário?

Os escrúpulos no amor são loucura brava

E a monogamia é profundamente antinatural.

Estou livre,como os outros não são livres,

Mas preciso de uma boa dose de coragem.

Preciso ser amoral como um menino passarinho

Pois tenho vontade de voar e estou prezo.

Romper os liames da minha cela sórdida

Onde qualquer conversinha é um evento

Voar de encontro a grande pompa do mar

De fêmeas tão ajuizadas quanto putas.

Beber o amor do seio das mulheres volúveis

Nectar que abate o fulgor dos deuses

Lançar-me a aventura como um pinkerton

Amar as rosas fugazes do dia propicio.

Pois todos esses nãos são mentirosos

E a vida é uma continua afirmação

A vida merca seu ouro com os corações ditosos

E os mortais não passam de putos corrompidos.

Cantar as mulheres que são vacas adoráveis

Com o zelo de quem pede uma cachaça

A única diferença é que posso ouvir nãos.

O prazer é banal,o proprio amor é corriqueiro,

Mas tem o paladar dos manjares celestes.

Que ressucite o meu amor martirizado

No corpo nu das cavalas fortes e formosas

E meu coração seja um deus entronizado

Na idílica procissão das dadas rosas.