XIBALO

Locomotiva...alcatrão, sou preto africano!

O suar da pele Cintilante,

Nas varandas de xigubo secular,

Exalto corridas ferocíssimas que derramam,

O sangue sem tréguas!

Ai! Espíritos silentes desemparados,

Que por ventura, urgiram ao bramirem,

Lá da voz, das vozes nuas que correm,

O pernoitar chicoteado da locomotiva,

Que se aventurara a pé nas minas

De carvão mineral,fundo das parafinas.

Ah! Mas oh! Em tempos fui carvão,

Mas ó? Alcatrão que rezava nas línhas férreas!

Mas hoje, sou alcatrão do carvão com paz,

Do Negro que grita lenhas diárias!

Oh! Locomotiva sou!

Faço - me andar com esta gente de ontem,

Hoje e futuro sem madrugada para descansar.

Carvão abrasador sou,

Que exalta a negritude de espadas de rebate,

Quando grito batuques de paz e Alegria,

Atenuadores da Dor sombria,

Das almas Sem terra para viver,

Nem uma casebre para nascer.

IN POEMAS ALCANSES DO REALISMO

MATOLA.CALVINO-07 DE 09 DE 2013

Kalvino Matsolo
Enviado por Kalvino Matsolo em 05/05/2017
Reeditado em 02/06/2024
Código do texto: T5990219
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