Vitória
No seu maciço nos recolhemos,
Criados ao lado de suas pedras,
Fomos crianças sob suas rochas.
Brincando em grutas e espinhaços.
Ouvindo estórias de emigrantes,
Vidas e segredos degredados.
Heróis de guerra, sequelados.
Sobre suas lembranças corremos.
A rua Boamorte pulsava e sofria,
Um quartel, um hospital em dor.
Abaixo a ditadura, na sua parede.
O cheiro do éter gelando nossa barriga.
Meio-dia, santos e navios proclamam!
Ilhéus, abraçados em crenças e credos.
Meia-noite, dormita a cidade!
O porto brilha e a todos ilumina.
03/04/2017