Vejo a lua no céu

linda assim como a rotina que desatina

Vi a lua no céu

Ainda manhã, pairando soberana

A lua ali junto ao sol.

E no gramado da catedral que parecia tão grande

Para aquela menina pequena demais diante do choro maternal

Lembrança clara com pesar na alma

Via a lua no céu

Lá estava lágrimas sentidas

Por detrás dos ombros daquele desprezo paternal cravado

Ali brigando por lugar sob a lua

A lua que via no céu

E o tempo passa e via sempre a lua soberana

As letras que não conhecia

Diziam coisas que o tempo escondia

A lua tímida perto do sol que via

Sob a luz do fogo frágil

De um isqueiro

Nada entendia

Pobre menina que não lia

Ainda obedecia

E pedia

Recebia naquelas escadarias

Que nada ele tinha

A negativa e em palavras

Pesadas demais para aquela menina

Hoje pode tudo ter

Aprendeu

Então

A ninguém pedir

E a fingir

E também a esconder

O pouco que tem

Ah, linda mocinha

Que a lua via

Feliz demais para saber

Lá foi

E com os olhos baixos

Para os momentos eternizados

E com os braços frágeis

Pesada tornou a realidade

De se ver clandestina

Em certidão

Que para ele era a comunhão do perdão

Sob a luz da lua que via

A fita colorida da vitória

No peito brilha

Aí sim, divido o precioso louro

Da Glória

Ausência incorporada em pura realidade

Realidade difícil

Naquele momento a lua

Do céu se escondia

Até para os melhores e maiores

O fim, decisão mais doce

Ao final das contas

Ressarci-se quis

Encena-se,

Fingi-se

Segue o ritmo

Eu jogo, ele joga

Jogamos

Mas sem placar

Afinal nada muda

O caminho lunar

Nada fecha a correnteza

Dos sentimentos vazios

E a lua continua no céu

Rainha fada

Dos órfãos celestiais

vivianne marinho
Enviado por vivianne marinho em 14/03/2017
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