O amor e a dor

Um dia fui visitar o jardim do amor;

E após duelar com os espinhos;

Colhi a mais bela flor;

Na volta para a casa,segui pela estrada da vida;

Passei por ruas,becos e avenidas;

foram muitas chegadas e outras tantas despedidas;

Após andar bastante,passei por uma esquina tranquila;

Nela me esbarrei com o amor;

Por ele me encantei e virei seu adorador;

Seu encanto me dominou e me tirou do singular;

No caminho me acompanhou e no meu lar foi reinar;

Por algum tempo a felicidade veio no plural me libertar;

Juntos vivemos dias de eterna primavera;

Adocicamos noites de céu enluarado;

Planejamos o futuro e esquecemos do passado;

Mas como tudo tem um fim,o tempo do amor acabou;

A flor que um dia colhi murchou;

Minha estrada esburacou;

O meu lar desabou;

E até o meu jardim perdeu a cor;

Depois do amor...

Ganhei de presente a dor.

O amor perguntou para a dor:

Dor por quê você existe?

E a dor sem exaltar,respondeu:

Muitas vezes existo porquê sou fruto da sua inconsequência!

E a dor indagou o amor:

E você por quê existe?

E o amor lhe respondeu:

Eu existo para ser fonte de felicidade,mas preciso ser cultivado no plural. Caso contrário não serei fértil. E só assim poderá nascer você.

PS: Alguém que tenta conjugar o amor no plural.

Jay Olivers
Enviado por Jay Olivers em 18/02/2017
Código do texto: T5915991
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.