A verdade é verdade mesmo não sendo absoluta

A vaidade, espelho do meu ser, mede o quanto posso ver,

Querer ser mais, espalhando o pior de mim, sem perceber.

Entre o ser e o não ser, distancio-me do que sou,

No ver e no enxergar, em dúvida, onde estou?

Motivos para amar, muitos, mas amar por motivo,

É trocar essências por palavras, um acordo subjetivo.

O que é viver? Lutar por quê? Depende do entender,

Ou será que na aceitação do outro, vamos nos perder?

Subtrair na soma da vida, subir degraus na indiferença,

Convido-te a ver, na nossa diferença, a semelhança imensa.

Flechas lançadas, se acertam, revelam minhas falhas,

A consciência que se culpa, em prisões de sensações malhas.

Nas partes de mim, somos contrastes, água e óleo,

Como Terra e Marte, em universos paralelos e sóis.

O futuro, réplica do passado, batalhas repetidas,

Portas fechadas, cavernas modernas, vidas divididas.

Softwares e amizades, maquiagens que escondem a dor,

Rostos marcados pelo tempo, escravos de um mundo sem cor.

Herdeiros de uma essência imaterial, inadmissível na realidade,

O possível, um conceito que seduz, mas esconde a verdade.

Quem trama, na própria trama se perde, se enreda,

Nessa teia de possibilidades, a vida segue, interceda.