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Dentro dessa prisão cotidiana, não há alteração de luz

Me vejo perdida no tempo...

Se me empolgo no trabalho posso virar a noite

Pois sempre será dia.

As bancadas serviçais me escutam atentas

Os equipamentos frios me fazem companhia

A geladeira prata reflete meu cansaço e

O efeito dessa tortura, de um dia inteiro sem céu

Não sei se chove, se venta, se um avião corta o azul

Sempre a temperatura ideal controlada,

É sempre inverno

Quando, enfim, deixo minha torre

Para fazer minhas refeições (outra prisão)

Olho para o alto, entre dois prédios,

E vejo um encarcerado céu azul

Ou cinza chuvoso

Talvez um crepúsculo multicolor

E a noite sempre linda, dona de si e de tudo

Volto ao mundo real, a temperatura me abraça

O vento passa correndo para me ver, às vezes

Termino o dia com a sensação de que são

sempre iguais, só o céu me salva

No estacionamento peno a encontrar meu carro

Estou certa de que estacionei aqui hoje ou ontem

ou mês passado

É sempre igual, sou sempre igual

Só você me salva.

All Felix
Enviado por All Felix em 22/05/2016
Código do texto: T5643538
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