O último vôo!
Que me arrebate a vida
Nem que duro eu tenha que viver.
Asas cansadas do vôo
Num galho oco de árvore,
Observar atendo o entardecer.
Olhos e asas exaustos
Por tudo ver e muito voar,
Repousar tranquilo o meu sonho,
De passarinho inda ser.
Cruzar feliz o belo azul do céu
Num vôo gracioso de infinita beleza,
Voltar sempre a ser passarinho,
Uma célula, um todo de soberba beleza.
Mas quando findar os meus dias,
Ainda que jovem eu seja
Compreender esse ciclo da vida,
Sucumbir com graça a determinação da natureza.