COISAS ESTRANHAS

Busco a compania agora

de ventos que possam

envolver-me com mãos

invisíveis, sentir o sopro

ameno e quente dos lábios

das faces das nuvens

formadas por névoas

evaporadas das lágrimas

que embaçam minha vista

e me embalo no balanço

de danças, coreografadas

pelos pássaros no céu,

amargo em minha boca

o liquido sorvido do féu

e sinto o corroer das entranhas

passam em minha mente

coisas muito estranhas

e a brisa toma conta de tudo

não ouço mais o tocar de

canções pra lembrar voce,

não sinto mais o acariciar

de tuas mãos, nem dos lábios

os desejos, nem os beijos

não sinto mais,

agora só sinto o cavalgar

do silêncio que cobre todo

meu ser, e aguardo o sol

pra clarear meu amanhecer