Insônia

Eu não consigo parar o tempo,

E o que está por vir é inevitável.

O brilho do sol é um contratempo,

Antecedendo a noite insuportável.

Fechar os olhos, eu me permito

Mas a mente segue em turbilhão.

Isto já é aguardado, eu admito

Eu varo as noites em sofreguidão.

E não há o que se faça.

Tento, mas não consigo evitar.

O breu recai feito desgraça,

Pertinente, a me visitar.

Recolhe meus parcos sonhos,

E devolves tristeza infinda.

Mostrando-me teu lado bisonho,

Que por horas, de ti, é provinda.

Meu leito range em sinfonia,

Enquanto nele eu me contorço.

Parece entender minha agonia,

E rangendo segue sem muito esforço.

Eu me reviro pra todo lado,

Eu nunca encontro posição.

A sofrer estou fadado,

Depois do sol, por transição.