Ouça...

Eu fico aqui esperando a volta de um sorriso,

O aperto de um abraço, o brilho de um olhar...

Fico aqui, na espera de ouvir um “- Que saudades! ”,

Ou ver uma simples lágrima rolar...

Fico na estação solidão esperando o próximo soluço,

O próximo grito, o próximo desejo.

Fico na expectativa de um perdão enclausurado

Na ânsia de um ódio sem razão,

no limiar dos meus tormentos...

Fico no conforto, no cais, no porto,

Ou morto na espera do nada.

Fico à beira do mar, de amar, de ter, de ser,

Mesmo que eu não queira, mesmo que eu não tenha,

Mesmo que eu não seja o que esperam de mim.

Fico nas paralelas, nas janelas, nas favelas,

Ou à luz de vela, sempre às escuras,

Sempre me morrendo por dentro...

Fico nas sacadas, onde a brisa é leve,

O vento amigo e sem correr perigo de esquecer,

Que apesar de tudo, hoje me desnudo,

E abraço a solidão...

Marco A Alvarenga
Enviado por Marco A Alvarenga em 22/12/2017
Reeditado em 22/12/2017
Código do texto: T6205614
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