Saudade voraz
Quando a noite tímida e cálida
Vem se esgueirando mansamente
Pela fresta da porta entreaberta
Eu vejo a lua resplandecente
Que surge majestosamente
Entre nuvens que bailam no horizonte.
Bem lá no fundo do meu âmago
A solidão é como um punhal afiado
Que fere minh'alma mortalmente
Aniquilando os sonhos que restaram
De um amor que vivi intensamente
Ao desabrochar da primavera.
Ah, saudade voraz
Que não sai do meu pensamento
Faz-me esquecer esse amor atroz
Que só me trouxe sofrimento
E deixa-me seguir um novo caminho
Para que eu possa encontrar um novo amor!