A voz que ecoava na trombeta

A voz que sai

da senhora trombeta

ecoa desesperadamente

a procura duma morada.

É como as manhãs celestes

repletas de fileiras de andorinhas

pretas no nobre céu de Madagascar.

Sensação de plenitude

que outrora instigava-me

de orgasmos contínuos.

E que na calada da

noite um alvo anjo com

sua melódica arpa tocava-me

canções de ninar pra acalentar

o silêncio que reinava em meu peito.

Um forte cheiro de rosas

brancas adentrava sobre

minha melecada narina

pós choro de paisagem.

Paisagem esta, que nem

o pobre poeta sabia

explicar aos pequenos

escritores, que os questionavam

sobre suas batalhas e obras

empoeiradas que não mais

eram lidas com o passar do tempo.

É como se fosse o findar

dum círculo de vida.

Que após oitenta anos

ninguém mencionará mais

teu carrancudo jeito louco

de desfrutar a vida.

Wesley Moraes
Enviado por Wesley Moraes em 19/09/2017
Código do texto: T6118301
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