O que vem depois

Estou nessa constante troca de humor, ora querendo rir, ora procurando motivos para desejar o pavor.

Desejando temer a irrelevância dos meus atos, construindo duas formas de alinhar as coisas num único desenho abstrato.

Em virtude dos fatos, descobri a ignorância, na mesma medida em que me surgiam doces e amargas lembranças.

Figurando uma peça de drama e vingança, acreditei que nas atrizes que contratei havia um pouco de esperança.

E quando martelei as coisas que sobraram, julguei desnecessário contar todas as moedas que restaram.

Geralmente sabia o que vinha depois, mas comecei a parar de pensar em mim para pensar em nós dois.

E nessa constante troca de humor entendi que o que vinha depois não importava.

Desejando entender o abstrato julguei que aquelas moedas ainda são irrelevantes.

Em virtude dos fatos, resolvi guardar as lembranças, apenas.

E as figuras de minha peça teatral só me queriam por amizade.

Quase no fim entendi que a única coisa que sobrou intacta foi o próprio martelo.

Geralmente eu sei o que vem depois. São apenas as lembranças de quando não sabia em que pensar.

Na constante troca de humor comecei a rezar.

E de joelhos entendi que pela virtude dos fatos sou pequeno.

Forte como o martelo, sou inconstante como a ignorância de meus atos.

Mas vou recomeçar da coisa mais irrelevante que encontrei nesse tempo.

As moedas que restaram.