Poeira do tempo

Tudo em mim exala o tempo

A página virada fez a curva

Perdeu-se no pensamento

Algo embotado, lapso de memória

Sinto-me empoeirado

A idade traz lamúria

O corpo parece amarrado

Se permitido, retrocederia

Pareço um ser decaído

Adornos não mudam a’parência

Quando se vive entediado

Convive-se com a ausência

Ao observar meu rosto

Descubro mais uma ruga

Não fico mais desesperado

De que isso adiantaria

Ensaio um tímido sorriso

Não sinto, mas, lembro-me da alegria

Evito demorar no espelho

Pois com certeza, minha face molharia

Montteiros Dalton

Montteiros Dalton
Enviado por Montteiros Dalton em 05/03/2017
Código do texto: T5931383
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