O Cavaleiro do Submundo

eu desisti,

de viver no meio da solidão,

vivi por estas colinas,

e pude ver a desilusão,

enfrentei dragões,

serpentes,

e demônios valentões,

vi de tudo,

em um mundo,

onde morrer pode ser um triunfo,

me perdi,

nos vales do perdão,

me afoguei,

em minha lagrimas,

derramadas no poço das almas,

enquanto ouvia as vozes,

fugi para norte,

encontrei uma donzela,

que pedia por sua morte,

pois em sua vida,

nunca teve sorte,

caminhei,

levei-a para uma vila,

onde todos a olhavam,

e comentavam sobre suas feridas,

um rugido,

da alma do guerreiro que fui,

que estava escondido,

surgiu,

e todos que a olhavam,

pararam de olhar,

e sorriram,

com duas moedas de prata,

as gastei em uma curandeira,

que a limparia,

e a deixaria apagar,

me encostei ao lado da cabana,

fechei os olhos,

e pude descansar,

na manhã seguinte,

acordei com ela,

olhando nos meus olhos,

e dizendo que um dia,

estaríamos quites,

sorri,

e a aplaudi,

e por cinco vezes,

repeti,

não é sua riqueza que almejo, 

tenho tudo que quero,

para onde os perdizes voam,

sei que terei escolha,

um beijo em sua testa dei,

pois quando vi seu sorriso,

da minha falecida amada lembrei,

deixei minha terceira moeda de prata,

para que para onde ela fosse,

pudesse comer,

fechei os olhos,

e para onde o vento ia,

deixei minha pernas irem,

com o passar dos dias,

um aperto no coração,

me avisava que o mal vinha,

no meio de um dia ensolarado,

os céus se fecharam,

e a neblina me encobriu,

um cavaleiro,

montado sobre um tigre negro,

com seus olhos vermelhos,

observava até a movimentação dos meus pelos,

ao descer,

a neblina em nossa volta cessou,

tentei atacar-lo,

mais meu corpo não se movimentou,

ele tocou minha testa,

e gritou,

que um homem com alma de demônio,

morrerá apenas,

quando no seu coração,

o lado humano quebrar,

ó cavaleiro do submundo,

com um clarão,

o dia voltou,

olhando para os lados,

não vi nada,

além de uma jovem,

que de traz da arvore me observava,

a jovem que salvei,

a semanas me seguia,

sem eu perceber,

ou a acudir,

lhe dei comida,

e a deixei me seguir,

no meio do caminho,

entre vales,

e moinhos,

enfrentei monstros terrenos,

e marinhos,

com ela do meu lado,

cortei aos poucos,

meu lado demoníaco,

após enfrentar uma serpente marinha venenosa,

me feri,

acabei desmaiando,

e acordei sobre os cuidados dela,

a mulher que acho que amo,

me recuperei,

seguindo os perdizes,

eu e ela fomos ser nada mais ver,

até o dia,

em que não pude a proteger,

e perdi minha amada,

morta por um humano,

que não se contentou,

em roubar nossas moedas de prata,

o persegui,

o desmembrei,

com a espada quente,

não o deixava morrer,

quando morreu,

fiquei sem rumo,

e decidi acabar com tudo de vez,

matei o rei dos humanos,

virei para o sul,

deixei os perdizes seguirem seu rumo,

e fui direto para um castelo,

que ficava bem no sul,

onde todos diziam que seu rei,

era o demônio mas forte,

e o mais esperto,

entrei em seu território,

matando todos os seus servos,

quando o vi,

não hesitei,

cortei sua cabeça,

sem nem dizer o porque,

fui até o fim do mundo,

enfiar minha espada em meu coração,

e corresponder,

a previsão,

do que me chamou,

de cavaleiro do submundo