ALMA DE PRÉDIO ( Do livro "Poemas Urbanos e Outros Planos" )
Frio, cinza e discreto
Tua carne de concreto
Teus órgão, teus lares...
Janelas, teus pulmões
Apartamentos, corações
Separados por andares
Tua pele cor de cal
Espalha-se por igual
No espaço limitado
Na saída de emergência
Teu silêncio, penitência
O teu grito interfonado
Dores levam, elevadores
Nos metros quadrados, senhores
Rebocando a solidão
E pra ti não há remédio
Tens de fato alma de prédio
E corpo de construção