ALMA DE PRÉDIO ( Do livro "Poemas Urbanos e Outros Planos" )

Frio, cinza e discreto

Tua carne de concreto

Teus órgão, teus lares...

Janelas, teus pulmões

Apartamentos, corações

Separados por andares

Tua pele cor de cal

Espalha-se por igual

No espaço limitado

Na saída de emergência

Teu silêncio, penitência

O teu grito interfonado

Dores levam, elevadores

Nos metros quadrados, senhores

Rebocando a solidão

E pra ti não há remédio

Tens de fato alma de prédio

E corpo de construção

Carlos Felipe Sarmento
Enviado por Carlos Felipe Sarmento em 23/08/2016
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