O Farol de Almas
Luz branca, luz brilhante.
Ilumina noite e dia.
Brilha forte no horizonte e me faz companhia.
Se possui pérolas ou globos de isopor,
Se andas descalço ou sentes calor,
Se és bela ou mundana,
Fera, astuta, leviana,
Brilha.
E ela flutua, serena,
Tímida sem igual.
Um ponto fixo no horizonte
Cegando com sua luz pontual.
Não atrasa, não enfraquece
Anda a mim e obedece.
Não sei o que é.
Podia até ser o sol nascente,
Mas sob o manto escuro da noite se mantém.
Quem sabe é a lua toda exigente?
E como poderia, se tão próxima ao mar se contém?
Um, dois, três vinténs.
Mil arcas de tesouro.
Por um único vislumbre de sua real forma
Renego a todo o meu ouro.
Minhas aspirações, minha vida,
Todo amor do mundo.
Mostra a mim teu rosto
E mergulho em mar profundo.
Eu que pensei tirar a vida
Ir de encontro ao cruel destino.
Ao fim do túnel, nenhuma claridade
Só frio, desamor e maldade.
E você apareceu, singela incógnita
Firme ao embaraço
E vi o mar e o brilho, presos por duro laço.
Eis que me sento aqui e espero,
Logo vem quem eu quero.
Ou não, vai saber!
Permaneço frente à luz.
Qualquer coisa pode acontecer.