Sem você.
 
Caem as noites e seus rubros céus,
Prenúncio de frio, medo e solidão,
Jogo de matizes insinua fogaréu,
Mas é tão fria a sua condenação!
 
Janelas, na sala, exibem o arrebol,
Que traz, de início, tímido clarão,
Primeiras manifestações do sol,
Desflorando o resto de escuridão.
 
Vai rompendo a triste e pálida aurora
Uma ameaça ao diligente dia,
De talvez abrir a caixa de Pandora.
E de vez tornar-se a parca da alegria.
 
Passam-se os dias tristes e sem graça,
Formam-se às noites e seus escuros véus,
Sem você é assim que a minha vida passa,
Tais quais vitórias, sem louros, pódios, sem troféus.