NOTURNO
(Ps/266)
Flutua certo o vento incerto
Tão incerto quanto o mundo
Escravo das circunstâncias,
Assovia frio, antes de dormir.
Horas intervaladas no repouso
Abriga na escuridão, dúvidas e
Sopra ... para adormecer
O intranquilo, para não morrer.
Que se passa nesse transe hostil?
Fustiga na noite feito invasor,
Como corvos a espreitar a dor.
Do penhasco grita triste, sem amor.
No vácuo de instantes, em ventania
Flutuam pétalas douradas...
Não obstante, desconhecem frias,
O som do silêncio, nas madrugadas.
E O Noturno assovia... sopra
cada vez mais e sem saber invade o cais.
Veemência dos insones mortais e
Incansável, sopra O Noturno,
Sempre mais e mais...!