Margarida...

Uma casinha de sertão! Sem eira nem beira. Feita de pau-a-pique e argila suas paredes. Em sua janela quadrada, ali ficava... Com olhos negros, pele morena, dentes de canjica.

Mente inocente! Frutos de um coração ingênuo. Bom dia Margarida!

Margarida debruçada na janela, olhos singelos voltados para o chão...

Ali passava seus dias olhando para o estradão! Carros de boi com seu rangido eram musicas para seus ouvidos! Tudo era bom e lindo aos seus olhos. Uma mente sem mácula, branca como á neve! Bom dia Margarida! Cabisbaixos olhos para o chão...

Chuvas de Verão chegaram! Margarida mal podia olhar. Ficava á esperar feito uma flor a desabrochar. Assim Margarida passava seus dias... As chuvas torrenciais foram virando lamaçais.

Sua casinha foi derretendo, feito chocolate escorrendo. As chuvas enfim passaram! O outono chegou. O deserto do sertão seus frutos anunciou.

Margarida? Foi colhida pelas chuvas torrenciais. Suas sementes estão entre os lamaçais... Em breve nascerão novas margaridas. Lindas!

Inocentes! Frutos de suas sementes...

Bom dia Margarida! Bom dia Margarida!

Pitter
Enviado por Pitter em 09/03/2014
Reeditado em 17/11/2015
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