Introspecção
Há certas madrugadas que choro muito,
Sentindo-me infeliz
E apenas o silêncio é capaz
De me fazer companhia.
Não adianta tentar explicar a alguém
Tudo o que estou sentindo,
O máximo que eu conseguiria
Seria um prejulgamento desnecessário,
Que não me ajudaria
Nesse momento introspectivo.
Somente as palavras jorradas de mim
São capazes de me consolar
Já que o mundo se recusa
A me conhecer além do superficial:
O meu jeito,
Minha personalidade,
Meus medos,
Meus sonhos,
Meus breves instantes utópicos,
Minha realidade,
Os altos e baixos do meu eu interior...
A cada dia que passa,
O meu tempo esgota-se um pouquinho mais
E o meu relógio corre tão rapidamente
De modo que eu não consigo acompanhá-lo...
Sobra-me o silêncio amargo das palavras não ditas...
Resta-me a tristeza da solidão que me sufoca.