Ode A Solidão

O teu seio úmido já não mente,

Beijei-o com a candura de uma unção,

Quando orvalhei em seu ventre

Uma lágrima envolta em triste paixão!

Pois bem, a mão que lhe acaricia

Os negros cabelos como astutas serpentes

Molha neste luto a minha agonia

E acaricia-te as pálpebras assim gementes!

Unindo esses lábios na viscosidade

Funérea visão d’um amor que se retumba

Levando ao peito a morta felicidade

Projetada na sombra de tua pálida tumba!

Viste em mim todo esse esplendor

Das lágrimas chorosas em vasta imensidão

Meu grito fora a lamúria do trovador

Morto junto dos pés desta invencível solidão

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 06/07/2013
Código do texto: T4374252
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