Ode A Solidão
O teu seio úmido já não mente,
Beijei-o com a candura de uma unção,
Quando orvalhei em seu ventre
Uma lágrima envolta em triste paixão!
Pois bem, a mão que lhe acaricia
Os negros cabelos como astutas serpentes
Molha neste luto a minha agonia
E acaricia-te as pálpebras assim gementes!
Unindo esses lábios na viscosidade
Funérea visão d’um amor que se retumba
Levando ao peito a morta felicidade
Projetada na sombra de tua pálida tumba!
Viste em mim todo esse esplendor
Das lágrimas chorosas em vasta imensidão
Meu grito fora a lamúria do trovador
Morto junto dos pés desta invencível solidão