Ponto de partida

Há um homem que caminha por uma rodovia e seu caminhar sem pressa revela sua experiência da não expectativa de chegar, o olhar desatento denuncia as angustias estampadas na alma. Ele leva numa velha mochila poucos pertences materiais, mas transporta nos ombros o peso dos anos traduzidos em desilusões.

É quase um assombro, um fantasma; a indiferença desfigurou-lhe o ser e o quadro pendurado na parede de seu íntimo trás as pinceladas tristes de um velho pintor, definitivamente as passadas mal dadas no asfalto insensível deixa as marcas das inglórias noites mal dormidas sob os viadutos.

Então onde está a chegada...talvez onde resida a esperança quase apagada, mas que se mantém acesa por um sopro divino de vida que se renova...definitivamente é preciso desejar viver.

(Francisco)