VIÚVA
Viúva das esperanças,
de todos os sonhos sonhados,
da espera de dias de bonanças,
de desejos acumulados.
Viúva de sorrisos alegres,
de alegrias pouco desfrutadas,
de momentos ardentes, das febres
por esses momentos, provocadas.
Viúva das grandes ilusões,
de aspirar por loucas paixões,
de sentir o arrebatamento
da entrega e do encantamento.
Viúva de corpo e de alma,
na solidão de uma vida vazia
que ela desfruta com calma,
deitada numa cama fria.
Viúva, mas não de direito,
e sim de fato , somente,
pois a vida inclemente
que pra si mesma criou,
tornou-a eterna viúva
do sonho que não sonhou.
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RJ, 14/06/11