Ao dormir...

Olhei-a de longe, como quem nada ver...

Era um vulto, envolto em negro manto!

Numa remansosa paz à luz do alvorecer,

Cruzamos nossas sombras, sem espanto.

Não, não mais imaginava sua existência,

Nunca mais havia reparado na lembrança,

Qual seria por estes tempos sua aparência?!

Chorei assim em desespero a falsa esperança...

Visão de um tormento fluindo em ebulição,

Aquela sombra a me perseguir, em fuga louca,

Atirei-me em precipício sem nenhuma razão...

Loucura pra quem ama é mesmo coisa pouca!

Ao dormir, veio a minha própria sombra assim,

Aquecer-se e se proteger, bem juntinho de mim.