Sonho Glacial

Em pensar que esteve acordado a todo momento,

deitado sozinho neste quarto viajante surreal,

quantas vezes precisa responder essa pergunta que não tem fim...

Sua janela se encontrava aberta todo o tempo,

e por ela invadiu o inverno dominando o território.

A parede começava a desprender suas tintas, e desmanchava-se,

o teto começou desabar, caindo pedras que transformam-se em neve,

agarrou-se no cobertor que começava despedaçar em suas mãos...

Sentia a falta daquele amor, e aos poucos o tormento apertava o coração, tentou segurar, mas deixou derramar as mais frias das ternuras.

Amante da solidão, sua dor não tem razão,

se há alguma razão por que escolhera sofrer,

se num mundo tão vasto fica preso no seu quarto,

apenas revendo seus sonhos novamente.

Pobre do coitado que passa a vida toda sonhando,

um grande engano, o seu coração é apenas uma presa

sofrendo de todas as consequências da vida,

o amor está mais próximo da dor do que o perdão.

Traído, fingindo não sofrer mais... E seu calor perto do fim,

talves sozinho não consiga superar.

Mas quantas vezes precisa responder essa pergunta que não tem fim,

ou talves o tempo alivie um pouco dessa dor...