Uma lua nas trevas

Forjada a residir em mundo abraçada por pesadelos

Demônios abrem portas largas e é tão convidativo

Não me deixe cair... por favor pegue minha mão!

Pois estou sendo acariciada pelos horrores de um anjo que está no escuro

Escuro... esse abismo queima em dias

E a tempestade da noite não se cala

Eu vejo a mesma serpente que estava no Éden a me rodear

Lançando seu anzol, tenta me ganhar pelo esplendor da criação

Este é meu intervalo, isso me convida à desistir

Converso com a lua... sua luz farçada pelo sol me sussurra mistérios

Como ela, possuo uma luz que não é minha

Em minhas mil fases semeio sementes infelizes em meu desvanecer

Vendo mãos estranhas violarem regras religiosas

Meu nome está nas palmas de Suas mãos

Chama-me e eu o seguirei

Estou seguindo...

Este trajeto é escuro, frio... e apertado

Tendo um caráter que antes moldastes para mim

Ama-los-ei de todo meu coração

E darei minha vida pelo meu próximo

Eu estimá-los-ei como a noite estima as sombras

Mas projetarei a estes toda luz que eu puder refletir vindo do sol

E tentarei tornar suas trevas mais suportáveis

Se queimar, queimaremos juntos

Nas memórias que se desvaneceram

Afastaremos os rasgos que romperam nossos sonhos

Viver é morrer

Morrer é viver

Verdade esta, que nos cumprimenta todos os dias

Como a noite espalha sua escuridão nas asas do silêncio

E tudo que remanesce é puro

e é solitário como a águia que voa sozinha e tão alto

Mas que também é capaz de estar só a carregar suas cruzes

E ser crucificado por seus amigos

Sim, amigos... aqueles que fugiram, o negou por três vezes, e pelo beijo que ainda arde

- esta noite aprendi muito com o luar –

- e acho que agora entendo um pouquinho, o que é ser Luz do mundo –

- Ser sal... ser luz - Resplandeça sobre mim... Oh, Sol da Justiça -

Diane Gardim
Enviado por Diane Gardim em 17/06/2009
Reeditado em 17/06/2009
Código do texto: T1653479