Tintas na Poeira: Um Manifesto Contra o Conformismo

Eu poderia estar inconformado,

Mas não me conformo com isso.

Eu poderia estar embriagado,

Mas embriagado escreve dentro de um cortiço?

Não aceito o frio em minha pele,

Nem a solidão que na penumbra me chama pela porta,

Nem o céu que em meus olhos arde,

Quando o sol em sua altivez o cruza.

Não faz sentido o mal me perseguir,

Ou a dor em seus inegrumenos me consumir,

Pois aqui escondido, em meio a traças e antiguidades,

A poeira me protege e o espirro se comportou bem.

Não quero me expor a tais circunstâncias

De incertezas e talvez de um amor vil,

Por uma possível dor que pode não ter remédio,

E meu coração não parece aguentar mil.

Não à incerteza desta vida,

Do calor talvez eu queira me afastar.

Mas não faz sentido o frio em minha porta,

Chamar por mim e ainda me assustar.

Não sei se em mim produzirá remédio,

Para o que pode ser possível,

Mas aqui ficarei por muito tempo,

E perpetuarei a escrita em poeiras densas até que o eu pó exista.

hewie
Enviado por hewie em 09/04/2024
Código do texto: T8038343
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