No amor... na vida...

No amor... perdi-me nas praias da dor,

Onde o céu beija as estrelas do chão,

Onde os longos dias são grãos de ilusão,

O amor é o longo suspiro, o breve lamento.

Na vida... a vida é um emaranhado de absurdos,

Onde os sentidos são máscaras de véu e veludo;

Entre sonhos e desilusões, os mistérios são mudos,

A vida é a incerteza certa, é o nada dentro do tudo.

Na vida... a vida é essa longa avenida tão indefinida,

Entre as esquinas da alma, cada rua bela e perdida!

Entre gozo e dor, a vida é o ébrio barco em desatino;

A vida são cirandas de sonhos, varandas, destinos.

Entre o caos e o encanto, todo dia me invento,

Neste jogo de laços e perdas sem aparente razão;

A poesia é a locomotiva outonal da minha estação,

E a vida é um sopro, um vendaval em movimento.

O amor é areia, tijolo e cimento; é o vento

Que sopra o barco sem vela e sem direção,

E me leva, louco, além do porto do pensamento.

E assim, em simples versos de inefável emoção,

A vida, na multiplicidade da luz do renascimento,

Revelar-nos-á o âmago do amor em sua perfeição!

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 17/03/2024
Reeditado em 18/03/2024
Código do texto: T8022036
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