ESVAZIEI-ME DE MIM!

Estou vazia de mim,
das crenças arraigadas na infância
das trajetórias do tempo
das verdades que não são mais.

Estou vazia de mim,
dos sentidos em turbilhões enleados
das razões que não tem fim
das desordens da natureza, em mim.

Estou vazia de mim,
de tudo o que se transformou
sem o sápido amanhecer
sem a calmaria dos caminhos
sem a vontade de renascer.

E nas linhas em tormentas,
reflito a história andante
truncada no descaminho
por ter me perdido de mim.

Estou vazia de mim,
pelos sonhos abandonados
pelas estradas endurecidas.
Parei!
Calei-me diante do mundo,
e esvaziei-me!

Amarilis Pazini Aires