VERSOS QUE SANGRAM
Sou toda a dor que banha a terra
Aquele que faz a guerra, a solidão
A lâmina oposta a qualquer sorte
A sombra da morte, a escuridão
Sou a razão de tantos desmantelos
Que ferem e destroem o mundo
A fome em tempo algum saciada
O desespero, o medo mais profundo
Onde tudo falta, sou ausência
Onde tudo há, por arrogância, esbanjo
Crio mazelas cada vez mais mortais
Da morte, sou o mais sombrio anjo
A espada sempre afiada e à mão
Pronta a decapitar num golpe só
Sou preconceito. tirania. tortura
Loucuras sangrentas, vejo sem dó
Não me importa quantos caiam
E a quantos a angustia consome
A plena escuridão sobre a terra
A besta da guerra, eu sou o homem.