Nas tramas da rede

Judicleusa não é mais uma menina;

No entanto, com seus vinte e poucos anos,

Vive presa numa rede que fascina.

Motivada por alguém que influencia,

Que seduz com belas imagens e ideias,

Os inocentes sempre atentos na plateia.

E a pobre Judicleusa, depressa se ilude,

Navegando leve e solta, tão alienada;

Dando um clique, prova que tem atitude.

Acredita que é mesmo empoderada,

Assim, ela embarca sem bagagem,

Nessa rápida e virtual viagem.

E, nas tramas dessa rede extasiante,

Sentindo-se confusa e delirante,

Conclui que a vida é tudo ou nada.

Ocorre que, nesse mundo virtual,

A imperfeição é algo imoral;

Coisa sem padrão não sai ilesa.

Já, no mundo real e complicado,

Aquele seu olhar que brilhava,

Não tem mais brilho, lacrimeja.

Presente embaraçoso, impreciso.

O fio da trama entrelaçado,

Triste realidade, Judicleusa.

E o nó em sua garganta

Faz do seu breve sorriso

Um laço apertado.