Compadecência

Rio Pará, pensando em Portel, 22 de junho de 2023.

Certa vez conheci uma comunidade.

E agora, reconheci uma comunidade.

E no hiato dessas visitas, lembrei da frase daquele físico que decifrou a explosão inicial do universo:

"Talvez sejamos prisioneiros do presente".

E ficamos realmente encarcerados nesse momento contínuo se não olhamos para o passado com valor,

se não vislumbramos o futuro na realidade temperada com esperança.

Que diante do opressor, mesmo feridos, haverão aqueles a esgueirar

como uma trepadeira a sufocá-lo lentamente e sem alardes.

É uma estratégia válida.

Nesse método, por minha idiossincrasia, não consigo ser tão pragmático, confesso.

Ah, essa palavra, pragmatismo, que freia os ciclones que poderíamos ser.

Mas são as maneiras, todas pensadas, de não permitir a prisão do presente pelo indignante.

E na Pureza da palavra Liberdade vamos caminhando

naquela comunidade revisitada, nesta dimensão,

neste momento

Ou na terra eterna onde o espírito não se deixa acorrentar.