Almas vendidas*

Na sombra do teatro, em noite escura,

Ecoam lendas, tramas sinistras,

Onde almas vendem suas promessas,

Em busca da beleza que lhes atraem.

Em retrato oculto, Dorian Gray,

Negociou a alma com o tempo insano,

Pintura imortal, juventude a exalar,

Segredos de um pacto, num olhar profano.

Fausto, em versos de Goethe entrelaçado,

Ao Mefistófeles fez o acordo fatal,

Conhecimento e poder, preços pagos,

Vendendo a própria alma, pacto infernal.

No "Médico e o Monstro", dualidade aflora,

Jekyll e Hyde, luz e sombra a duelar,

Buscando a beleza, o ego se explora,

Nas faces opostas, o ser a se mostrar.

E em canções do Maiden, sombrio timbre,

Martin Guerre retorna com mistério,

Identidade em dúvida, rastro de um crime,

Poder e beleza, seu território.

Ó, Fantasma da Ópera, ser envolvente,

Erik, máscara oculta, doce melodia,

No abismo do amor, sua alma ardente,

Busca a beleza em sua sinfonia.

Assim, esses personagens imortais,

Nas obras e versos, seu destino traçam,

No cultivo da beleza, trilham atalhos fatais,

A alma vendem, e suas almas se enlaçam.

Que essa lição dos mestres da escrita,

Nos faça refletir sobre a essência humana,

Que a busca pela beleza não nos abdique,

De nossos valores e virtudes, vida insana.

Que em cada verso, ecoe a advertência,

Sobre as tentações da beleza e poder,

A alma é tesouro, eterna consciência,

Preservemo-la, em cada amanhecer.

***

* Dedico este poema a:

Oscar Wilde, Johann Wolfgang von Goethe, Robert Louis Stevenson, Andrew Lloyd Webber e Iron Maiden.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 06/06/2023
Reeditado em 10/06/2023
Código do texto: T7807095
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.