ARQUIPÉLAGO DA ILUSÃO

 

Tive todo tempo de amar

Sem ter paciência de esperar,

Tirei minhas cartas das mangas

Troquei por simples miçangas,

Naveguei nos olhares 

Da paixão e colhi decepção,

Magoei quem mais amava

Desprezei seu coração!

 

Não escondi o meu tropeço

Fui traído também por um beijo,

Sorriso rasgado em seu rosto

Palavras atropelavam o meu gosto,

Em contrapartida fiquei sem chão

A parte mais dolorida foi a solidão,

O mel transformou-se em fel

Arrancou sangue tingiu o céu!

 

Não éramos como dois pombinhos

Apenas passarinhos e única prisão,

Queria desistir de tudo nessa ilha

Arquipélago da ilusão,

O mar levou as nossas sujeiras

E a água lavou nossas almas nas areias,

Não tive forças para sinalizar socorro

O amor sem vida já estava morto!

 

Tive todo tempo de amar

Sem ter paciência de esperar, 

Como a lua encoberta pelas nuvens

Desapareci das esquinas e das ruas,

A vergonhosa brisa soprou-me a face

Em meio a multidão de gente,

As nossas labaredas viraram cinzas

Esquecidas nos recantos da vida! 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 18/03/2023
Código do texto: T7743357
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