QUANTA MERDA COM CARA DE GENTE ( ZEZINHO DAS BARAUNAS, ITABUNA, 26/05/1972)

Conheci um cabra que tirava

Uma de pessoa de fino trato,

Mas era um chato,

Um escroto,

Um rato de esgoto

Que de nada gostava,

Que se embuçava

No cinismo e hipocrisia,

Que a tudo criticava,

As pessoas xingava

Com enfado , com entojo,

Fazendo cara de nojo!...

Sem pejo dizia:

"Quanta gente

Com cara de merda!

Quanta merda

Com cara de gente"!

Andando pelas ruas das cidades

E m frenesi ,

Burburinho de gente enlouquecida,

No corre-corre desembestado,

Onde se ver montes

De cadáveres ambulantes

Pensando serem

Importantes gentes,

A esperarem a hora

De irem embora

Para os fossos sepulcrais!

De sorte,

Que esperam a morte,

Escancarado os dentes,

Cortejo de brutos animais

Prenhem de vaidades!

"Quanta gente

Com cara de merda!

Quanta merda

Com cara de gente "!

Estúpidos, caricatos,

Bestiais, sorridentes,

Escancaram os dentes,

Se fazem de boa gente

Na marcha de horrores --

Cadáveres ambulantes!

Da nave de horror , tripulantes!

"Gente com cara de merda!

Merda com cara de gente"!

JUCKLIN CELESTINO FILHO
Enviado por JUCKLIN CELESTINO FILHO em 08/09/2022
Reeditado em 09/09/2022
Código do texto: T7601237
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