Linha do tempo

Não me explico o porquê a velhice incomoda.

Não sei se é a aparência…

Não sei se porquê sei.

Não sei se porquê amei tão pouco, não sei, não sei.

Não sei se a velhice chega pelo interior ,pelo meu interior, ou dos olhos alheios.

Não sei, não sei se porquê amei pouco…

Parece que não tenho o mesmo tempo.

Não sei se porquê sinto que o fim é a qualquer hora, não sei, não sei.

Não sei porquê dói.

Quando lembro da juventude!

Ela era tão bela, ela era tão tola.

A beleza da juventude, está no brilho do olhar, olhar que olha sempre para frente, não existe atrás…

O corpo mostra a força da vida, a força lá na frente, não existe lá atrás.

...Hoje olho no espelho vejo traços novos, traços no meu rosto.

Meu sorriso, mudou muito desde então…

Agora ele é seguro, não aparece a toa, aparece não.

Meus olhos, meus olhos já não olham tanto para o futuro.

Um receio meio feio, vem e me intimida.

Mas estufo o peito, finjo que não tenho medo, e quando um pensamento vem se intrometer … respiro fundo e penso em viver.

Mas confesso receios, muitos receios dessa época, dessa parte que se mostra metade…

Desde que meu corpo me mostrou, que eu não era mais capaz de dar a vida…

A velhice me assusta.

Cristina Gonçalves
Enviado por Cristina Gonçalves em 01/04/2022
Reeditado em 19/04/2022
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