Meu Inverno

Nem minha casa nem meu lar nem nada

Tudo me atormenta,

Uma nuvem negra está sobre mim.

Mas resisto.

Bravamente resisto,

Com o resto de bravura que ainda sobrou em mim

Depois de meus algozes me devorarem tudo aos pedaços

Saboreando-me, rindo-se de mim, fazendo-me burra e louca

Fazendo-me desprezível e vilã

Ainda assim, uma chama de força e amor se mantem em mim

Às vezes o fogo se apaga,

Mas as brasas permanecem acesas.

E é a essas brasas, quentinhas, que me apego

Nesse inverno gélido e eterno.

Marta Almeida: 03/03/2022