Fugitivo de si mesmo

Fugitivo de si mesmo, relutava a deriva

Repleto de devoção, omitia sua essência;

Sufocado com o medo que lhe sucumbia a vida;

Com pudores do passado e crivado de carência.

Retraído por seu carma que o Destino demarcou,

Prisioneiro de si mesmo, com dor e muita prudência

Pelejando o tempo todo com volúpia e amor;

Descontente com o modo dessa doce inocência.

Relegando o Destino por seu anjo protetor;

Temendo os maus intentos e talvez até demência

Preferido ser um “sábio” com fama de vencedor

Contudo, se reduzindo e traçando sempre ausência,

Afinal nessa peleja prevalece o sonhador;

Foi deixando para traz sua voz e preferência.

Gilmar Ramos
Enviado por Gilmar Ramos em 29/06/2021
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