O PODER DAS MÃOS
A mão que balança o berço ,
Também maneja a caneta;
A mão que oferece flores,
Também dá bofetadas;
A mão que assina o indulto,
Também assina a sentença!
Há mãos bondosas, que plantam
E colhem e oferecem
Frutos de bondade;
Hã mãos maldosas ,
Na semeadura da maldade:
Não plantam, não colhem,
Destroem o que está plantado;
Onde quer que ponham as mãos,
Espalham calamidades.
Mas há outras mãos: as mãos santas,
Que balançam o berço, acalantam o filho;
Mãos que se multiplicam em carinho
Para todos os seus.
Sequer, em nenhum instante,
Negam afeto a nenhum deles.
Entrentato, há " tantas mães chorando
Pelos cantos, deram tanto,
E não receberam nada ".
Fizeram do pranto,
O canto, na dor, plantaram uma flor
Ao estenderem o lenço branco
Na despedida, fingindo sorrirem
Mas por dentro, estavam a chorar.
Mães que tanto acariciaram os filhos,
Que nunca lhes faltaram na alegria
E na tristeza, na saúde e na doença ,
E algumas abandonadas foram,
Inda assim, ofertam o perdão :
Estão sempre dispostas
A acariciar, estendidas as mãos
No aguardo que filhos ingratos ,
Retornem ao lar que abandonaram
E elas os receba de braços
Abertos, para o tão esperado amplexo !