O TEMPORÁRIO PÚBLICO

É um sujeito condenado ao fracasso com dias contados.

Invisível para a empresa, para o Estado e para as esferas federais e municipais.

Seu trabalho, pontualidade, coerência, dedicação e comportamento pouco ou quase nada importam ou interferem para sua solidez profissional. É muito cobrado, porém desvalorizado.

Embora sua carteira seja assinada, ao final de seu contrato não tem direito nem ao aviso prévio, nem FGTS, (com algumas exceções à regra), e muito menos ao seguro desemprego…

Quando desempenha uma função que o realiza, por mais que crie afinco, com o tempo vai construindo em seu universo uma grande frustração pela falsa ilusão de que o poder público valorizará seu trabalho, o verá como importante e o deixará trabalhando e contribuindo para o crescimento pessoal e da própria empresa ou órgão em questão.

Dentro das esferas da administração pública, o pior tipo de trabalho, devido à fragilidade de seu contrato, é o de temporário. Passa por um certame bastante difícil, à nível de concurso público, para usufruir de uma falsa estabilidade, por prazo determinado, onde mesmo sem motivo algum, será demitido.

Até um terceirizado, que não se submeteu a tantas provas e testes de conhecimento acadêmico, tem mais valor que um temporário público…

Citando também a gama de empregados comissionados, que servem de cabide de emprego nas esferas municipais, estaduais e federais, onde quase não existiu critério algum para sua nomeação: o gestor público gostou de sua cara, o conhece dos tempos de militância partidária, sabe de sua formação acadêmica – pronto, está contratado, - por mais que não entenda nada do que irá fazer. Não precisa de preocupação com a novidade, terá sempre um babão para sintonizá-lo do ofício que lhe cabe. Consequentemente, enquanto o gestor estiver por lá, terá garantia de sua permanência no ofício. Isso quando, por ventura, não for transferido para outra função, setor ou órgão… e tem mais: com salários exorbitantes!

Quando, na esfera pública, este tipo de profissional temporário terá vez, voz e será reconhecido no seu ambiente de trabalho como um grande colaborador, que poderá ser efetivado pelo seu bom desempenho?

Enquanto existirem contratos desumanos como este, regidos por leis injustas, o profissional perderá seu tempo e sua essência, já que por circunstâncias difíceis da vida tenha-se visto forçado a concorrer, por uma vaga tão nobre, porém insignificante no âmbito empresarial e governamental, uma vez que o profissional para estes, não tem valor algum.

Quanta injustiça, meu Deus! Estamos lascados! Quem abrirá as portas da esperança?

26/01/2021

Às 22:12h