JANELAS DO PASSADO


A tarde fica alegre com teu sorriso,
Ternura na fala, aconchego e abrigo,
Meiguice acompanhada da meninice,
Mulher formosa flor do meu destino.
 
Apalpam as mãos desenhando às curvas,
Os braços descansados alisam o corpo,
Olhar mal educado em direção ao outro,
Cabelos esvoaçados caídos aos ombros.
 
Pernas entrelaçadas pensamento torto,
Roupa desgastada paraíso louco,
Boca atraente viçosa a juventude,
Sentimento raso atraindo a gente.
 
Esconde atrás da fisionomia branda,
Heroína presa aos seus próprios caprichos,
Rainha sem coroa das noites badaladas.
Como fruta descascada lambuzada boca.
 
É a dama da sua própria coragem,
Que domina os corações dos indecentes,
Como ferro em brasa que marca a pele,
Como pólen de uma flor a sua semente.
 
Que se curva a natureza desejada,
O mar extravasa em maré cheia,
As ondas agitam sem calmaria,
E a lua se enche de nostalgia!
 
É a forma de amar o pecado aflora,
Janelas do passado medo e ansiedade,
Risca o chão de muitas desconfianças,
Farpas esquecidas rompem alianças.
 
Aquieta-se sozinha para chorar a sós,
Caminhos que dão muitas voltas em nós,
Disfarça para não doar um ao outro,
Virtudes lançadas ao cais do porto.
 
Acende essa lamparina de dentro,
Aquece o meu leito com teus abraços,
Deixe os nossos cacos debaixo da cama,
Arruma um jeito de dizer que me ama!
 
 
 
 
 
 
 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 05/01/2021
Reeditado em 25/11/2021
Código do texto: T7152667
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