DESVARIO


Não sou malabarista,
nem tão pouco equilibrista.
Os caras duras negam que tenho
essência de artista.
O canto ecoa para espantar os
maus olhados,
À noite à toa para relembrar
O meu passado.
 
Meu mudo calado é para não
Inventar o absurdo.
O palavreado é para nocautear
As letras.
O meu humor é para disfarçar
as facetas da vida, e o rancor corrompe
e abre todas as feridas.
 
Os lábios das maliciosas queimam
as bocas dos mais amorosos.
 As duras pancadas no inconsciente,
geram inimigos invisíveis.
As setas inflamadas das rejeições,
atingem mais os corações dos sonhadores.
As princesas dos encantos dos olhos,
são adornadas com pedras preciosas
das ambições.

As imagens tatuadas na pele fazem laços,
Aprisiona o ego, levam às vezes a escravidão.
O espaço ligeiro de tempo não combina
com a união.
O cansaço junta-se com a preguiça,
e a beleza rompe a solidão.
 
A magia é adornada com o desassossego,
É como o leite derramado esse desapego.
A figura pintada nasce na mente,
Como o gancho de pirata a inocente.
A nudez do corpo enlaça a fantasia,
Como podridão a carne fria.

Como mel que desce sobre os seios,
São sonhos, desvarios ou devaneios?
As mãos alcançam o escondido,
Como em forma de concha o abrigo.
 
O leão feroz ruge na intimidade,
É pouca luz, força e coragem.
A cabeça cai pendente próximo ao ouvido,
Abraços lentos assustam os ventos.
A boca próxima beija-lhe o nariz,
As pernas cruzam encontram-se os quadris.
Não há nada que quebra o silêncio,
Não há restos, reversos e desencantos.
 
 
 
 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 26/11/2020
Reeditado em 25/11/2021
Código do texto: T7121173
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