Na arena com o tempo
O tempo vence quase tudo.
Vence os traços mais superficiais
e também os que parecem ocultos...
Vence a cor dos cabelos
e as linhas faciais
mesmo no cultivo do zelo.
No corpo o seu delinear vai deixando marcas
sutis e intrínsecas,
da vida que nos roga o agora.
Vence-nos os dias, como uma década em horas.
Mas os traços profundos esses o tempo não vence.
Não vence a essência quando for dispensável.
Tampouco refutamos o que é inexplicável.
Pois o tempo não vence os laços verdadeiros,
os sabores e cheiros,
os sorrisos gostosos,
e as memórias saudosas,
de quem a gente não precisa vencer,
se dá por vencido,
pois é inefável viver.
06/07/2018