RIO DE JANEIRO


O meu Rio todos os dias amanhece
Chorando,
Luzes que nunca se apagam,
Sonhos perdidos no tempo,
Rastros de seres humanos.

O meu Rio que está tão carente e
Abandonado,
Mostra a dor e o rosto castigado
De nossa gente,
Que precisa sobreviver das custas
Dos outros,
E morrem sem poder abraçar seus
Parentes.

O meu Rio que retrata a Cidade
Maravilhosa,
Do cristo de pedra iluminado,
Das mães dos filhos desaparecidos,
Das balas perdidas em momentos errados.

O Rio que querem enriquecer
Retirando dos mais empobrecidos,
Dos sem tetos e desabrigados,
De políticos que andam disfarçados.

O Rio que deveria alimentar tantas
Crianças de peito,
Respeitar idosos e cadeirantes,
Ter dignidade, educação e respeito.

O Rio que não tem destino certo,
Caminha para o precipício,
O mal do homem corrompido,
Tantos erros e vários processos.

O Rio que suporta tudo calado,
Se curva para os próprios culpados,
Olhos que veem como cegos,
Esvaziam os cofres públicos a
Céu aberto.

Rio que mata mulheres diariamente,
Doméstica, aposentadas, médicas
E assistente,
Que fazem festas em plena pandemia,
Respiram o ar de tanta covardia.

O Rio de um governo desgovernado,
Da maioria maltratado,
Que não tem direito de comer
O pão de cada dia,
Da Medicina que pede arrego,
Dos médicos desesperados!

Das lágrimas dos entes queridos,
Dos altos valores para os enterros,
É o ser humano que vira esterco,
Que a dignidade não tem preço.

Não é o Rio á moda antiga,
É o Rio do séc. XX
Das drogas e meninos de ruas,
Onde negros são discriminados.
É o Rio do Maracanã adormecido,
Do sufoco e do grito,
Que não tem onde correr para
As arquibancadas,
Que as bandeiras de todos os
Times dispensados,
Que o apito final não pode
Ser prorrogado!

Que possamos unir em uma
Única fé,
Que o verdadeiro Deus possa
Ouvir as nossas vozes,
Que o invisível possa ser visível,
Que o invencível possa ser derrotado!

Que o Rio não seja envergonhado,
Da vergonha dos maus intencionados,
Dos índios engravatados do planalto,
Da polícia, da milícia e do falso caráter.

Todas as bocas sejam alto-falantes,
Que o Brasil seja descoberto de novo,
Que a política não seja corrompida,
Que o nosso povo tenha pelo menos
Muitos anos de vida!

Que a imagem do Rio não seja
Manchado de tanto sangue,
Que a nossa água não seja
Infectadas com as fezes,
Que a Justiça desvenda os olhos
Para tanta injustiça,
Que o seja mais humano e
Tenha menos cobiça!


 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 10/06/2020
Reeditado em 11/11/2021
Código do texto: T6973263
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