Segunda pele

Dobrado, na cabeceira da cama

Azul como o céu de inverno,
Ali ele foi posto por último
Deixando impregnado o cheiro das noites.
 
Antes, protegia do frio o corpo maculado
Que exigia toques de amor exterior
Hoje é sinal do tempo que urge
É apenas cobertor, que cumpre o dissabor
De cobrir ausências que não provocam dor.
 
Hoje exala o odor do corpo que tocou
E carrega em si um sentido de presença.
É essência do que foi bom
Não é mais cobertor
É segunda pele.