RUA DO CERCADO

Francisco de Paula Melo Aguiar

Do cercado de arame é a rua

Pelo rio Paraíba

E rio Tibiri, o preto

Parou de crescer, tudo tem haver

Ver o presente revendo o passado.

Lá se fabricava tudo de barro

A profissão passava de pai para filhos

E de filhos para netos, bisnetos...

Cacarecos de toda forma,

Pote, quartinha, tigela, prato...

Filtro de água, caqueira,

Jarro, jardineira, fogão.

Chaleira, etc, e tal...

Jarra, prato, escultura

Boi, bezerro, vaca e cavalo.

Burro, galo, carneiro, bode,

Santo e santa de barro, bule...

Boneco, boneca e urinol

Homem, mulher e menino

De toda etnia, sem ser Vitalino.

O barro da rua do Cercado

Moldava tudo, menos sonho...

Dava também tijolo, telha e trabalho.

Toda casa era uma olaria...

Fábrica de porta aberta, alegria.

Gente de toda idade na labuta

Com sangue e suor todo dia

Fabricava de barro dinheiro

Tinha saúde...

Fazia o dinheiro da feira, sorria.

Ah! Rua do Cercado

Teus limites...

Avenida, rio, levada, cercado!

Pinguela de madeira

Progresso desrespeitado.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 14/07/2018
Reeditado em 14/07/2018
Código do texto: T6390065
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.