A Luta Por Nossas Consciências

Numa mesa de convivência,

Não aquelas onde sentam amigos,

Mas sim onde se cultiva desavença,

Estavam sentados dragões conhecidos.

Não aqueles dragões antigos,

Mas uns com aspectos bem mais modernos,

Os quais absorvem daqueles o espírito.

Carapuça ingênua, mas bastante espertos.

Mesmo que vejamos entre si brigarem,

A verdade é que é somente o joguinho

De sempre para as mentes cooptarem.

São finos como o linho.

Quando tu pensas que estão lá fora,

Eles abrem a porta e te convidam a entrar.

Tu não sabias, mas o tabuleiro de outrora

Já lhes era familiar.

E aquelas palavras cortantes

Esgrimidas por línguas ligeiras,

Muito mais do que antes,

Tentam mostrar um mundo sem poeira.

Um mundo que eles imaginam perfeito.

Direcionado, claro, por suas supremas vontades,

Tudo de mal não teria mais efeito.

São eles os deuses que inibem uma tempestade.

Enquanto se agitam na sua tela,

Eles, sem tu percebas,

Te fazem chorar à luz de velas

E te enxugam com lenços de seda.

Te dão um pão e um circo fácil

Ao passo que tu vives a falecer pelos cantos.

Pensam que as migalhas que caem do prato

São acalanto.

Como uma criança, tu és enganada

Por uma melodia prazerosa.

Enquanto tu aproveitas uma farra,

Se completa a ideia ambiciosa.

É um sinal da pior corrupção:

Aquela que ataca a consciência

Quando nos tiram a compreensão.

É a corrupção da inteligência.

Daniel Lira
Enviado por Daniel Lira em 05/12/2017
Código do texto: T6191235
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